O custo de vida na Itália é um tópico que está no planejamento de qualquer pessoa que vá mudar para o país, seja para estudar, trabalhar, morar por um período ou definitivamente em solo italiano.
Não que seja uma novidade. Se você já precisou mudar de cidade no Brasil, provavelmente se viu em uma busca pela melhor localização, o que há em volta, o preço do aluguel e outros detalhes. A diferença é que, para calcular o custo de morar na Itália, é preciso saber como as coisas funcionam por lá.
É sobre isso que falaremos aqui! Confira abaixo os valores médios dos principais gastos e saiba colocar na ponta do lápis quanto custa viver na Itália.
Viver na Itália custa caro?
Temos a ideia de que morar na Europa ou em um país mais desenvolvido que o Brasil custa muito mais caro, mas isso não é uma verdade absoluta.
Para entender quanto custa viver na Itália, é necessário olhar para todo o contexto e observar algumas variáveis que precisam entrar no seu planejamento:
Para você ter uma ideia, a média salarial da Itália é de 1.400 €. As regiões do norte do país têm média maior que a nacional, de 1.600 €, contra 1.200 € no sul.
Uma pessoa sozinha vivendo na cidade de Nápoles tem estimativa de gastos básicos (eletricidade, água, sistema de aquecimento, ar condicionado e internet) de 200 €, fora o aluguel de um apartamento de um quarto, que fica em torno de 641,18 € mensais. Em Milão, o aluguel do mesmo tipo de imóvel sai por 1.049,39 €, cerca de 40% a mais.
Geralmente, os salários são condizentes com o custo de vida nas cidades, mas depende muito da profissão e do nível de experiência. A área de Turismo, por exemplo, tem um dos salários brutos mais baixos, de 21.175 € ao ano. Já as áreas financeiras e de Moda são as mais bem pagas, com médias de 111.000 € bruto ao ano.
Aliás, uma curiosidade é que, diferente do Brasil, a Itália não possui um salário mínimo, mas estabelece que as horas de trabalho não devem ficar abaixo de 7 €.
Os salários de profissionais do Contratto Collettivo Nazionale di Lavoro (a CCNL, similar a CLT do Brasil) são estabelecidos em acordo envolvendo sindicatos, trabalhadores e empregador.
Também é possível atuar como trabalhador autônomo, empresário individual ou em sociedade empresarial com Partita IVA (número de contribuinte, similar ao CNPJ).
Sabendo desses dados, é possível escolher a melhor cidade de acordo com sua renda e oportunidade de empregos na sua área, por exemplo.
Como escolher onde morar na Itália?
Antes de iniciar os cálculos dos custos das principais cidades italianas, o primeiro passo deveria ser o caminho reverso: listar o que é importante para você e só depois procurar pela cidade que mais se adequa ao seu poder de compra e aos seus objetivos.
Estilo de vida, lazer, a localização do seu trabalho ou universidade, se virá com a família, em casal ou sozinha (o), se pretende ter carro ou utilizar transporte público, enfim, coloque tudo na balança, faça lista de prós e contras e pesquise muito.
Quer um exemplo? Cidades mais turísticas como Roma e Milão têm custo de vida mais elevado, além de ter bastante movimentação de pessoas e lugares mais agitados, ou seja, não são exatamente locais de paz e tranquilidade.
Por outro lado, Roma e Milão também possuem ótima qualidade de vida e boas oportunidades de empregos. Se essas cidades não cabem no seu bolso, vale a pena considerar cidades mais baratas como Tivoli, localizada a meia hora de Roma e com média de aluguéis 500 € mais em conta, para apartamentos de um quarto (85m²).
Cidades mais ao Sul da Itália, como Nápoles, são conhecidas pela combinação de belas paisagens e custos mais baixos. Há mais tranquilidade em relação às grandes cidades, mesmo recebendo turistas também.
Embora seja tentador pagar menos, não deixe de considerar as cidades como um todo: oportunidade de emprego, segurança, transporte público, lazer, contato com a natureza, cultura e outros critérios importantes para você.
Ajuda muito pensar em preço x valor, sabendo que preço se relaciona com os gastos e os custos, e o valor está ligado ao dinheiro investido e revertido em benefícios para o seu modo de vida.
As cidades mais baratas e as mais caras da Itália
Novamente, destacamos aqui que custo-benefício e poder de compra são fatores decisivos na hora de pesar tudo na balança e escolher uma moradia. Mas falando em números, podemos começar a pesquisa pelo preço do aluguel e as contas básicas mensais (os famosos boletos!).
Aluguel
O preço do aluguel varia de região para região. Em cidades mais turísticas e desenvolvidas economicamente, é evidente que os valores costumam ser mais altos, mesmo que compatíveis com a média salarial.
Entre as mais caras e melhores cidades para morar na Itália estão:
Apesar do custo de vida elevado, essas cidades estão em regiões muito desenvolvidas e industrializadas, onde há alta geração de empregos, turismo forte e serviços, como transporte público, bastante eficazes.
O aluguel nessas comunas gira em torno de 700 e 1200 € por um apartamento de um quarto no centro de cada cidade.
Entre as cidades mais baratas e com ótima qualidade de vida, estão:
A média de aluguel de apartamento de um quarto nas áreas centrais das cidades acima fica em torno de 500 e 650 €.
Contas domésticas
Boleto é boleto em qualquer lugar, só muda o idioma e não dá pra fugir deles. Luz elétrica, água, gás natural para cozinha e para aquecimento no inverno, telefone e internet são as contas mais básicas de uma residência. Em geral, tudo isso totaliza cerca de 150 € mensais.
Na Itália, o fornecimento de luz elétrica e gás funcionam da mesma forma que um serviço de internet no Brasil: o cliente escolhe qual empresa vai contratar de acordo com os melhores preços, melhores pacotes e até promoções disponíveis. Os boletos chegam constando o valor a pagar pelo período de dois meses, e não mensalmente.
O mesmo ocorre com serviços de telefone e internet. Há também as contas de água e a taxa de lixo, que normalmente vêm embutidas no valor do condomínio.
As estações do ano também influenciam nos gastos básicos. No inverno, para manter a casa aquecida, usa-se muito mais gás natural e por isso a conta vem mais cara, cerca de 50 € acima do normal. Se a residência fica em um lugar onde o frio é presente quase o ano inteiro, esse gasto “extra” será, na verdade, rotineiro.
Os custos citados acima são gastos fixos que sempre terão uma fatia da sua renda. É possível ainda calcular gastos como alimentação, lazer, transporte público, academia, educação, entre outros.
Sua pesquisa pode contar com algumas ferramentas como o ranking elaborado pelo jornal Il Sore 24 Ore com dados e indicadores completos sobre as cidades italianas, divulgados anualmente pelo veículo de comunicação.
Também é possível usar o site numbeo.com, em inglês, para visualizar e comparar médias salariais, custo de vida entre as cidades, preço médio de aluguel, gastos com alimentação e contas domésticas.
Se o seu futuro inclui a Itália como nova casa, além de se planejar financeiramente, mergulhe na história e na cultura das cidades e descubra o melhor lugar para morar. Com certeza você vai encontrar a melhor opção e ainda ganhará de brinde paisagens e monumentos belíssimos em todo lugar.
Falando nisso, preparamos dois posts imperdíveis: uma lista de filmes com paisagens italianas como cenários e outro voltado para quem se apaixona pelo estômago: as diferenças entre as tradicionais pizzas italianas e as brasileiras.
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Daiane Marangoni é advogada ítalo-brasileira.
Atua em processos judiciais de cidadania italiana em Roma desde 2012.
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